Poesia para surpreender
A Revista literatura contemporânea brasileira selecionou dez poetas brasileiros, uma escolha criteriosa da incalculável
safra de jovens escritores que você precisa conhecer!
Confira abaixo uma lista incrível destes surpreendentes poetas e algumas de suas poesias.
EPÍGRAFE
Ana Martins Marques, O livro das semelhanças
Conquista
André Setti, no livro "Teatro das horas". São Paulo: Edições K, 2005
Nos dias de chuva fina
Annita Costa Malufe, em "Fundos para dia de chuva". Rio de Janeiro: 7Letras, 2004
Sobre o amor
Bráulio Bessa, no livro "Poesia Com Rapadura" (2017)
Fabrício Carpinejar
No livro "Biografia de uma árvore". 2002
Noturno
Felipe Stefani, em "Cultuar (blog)", 2010
João Doederlein
E nem teve medo.
Eu que tive medo.
Tive medo porque ela rouba tudo o que me faz bem.
Medo porque a ansiedade que mora em mim
sou eu também.
Medo porque ela acelera o caos que existe
na minha cabeça.
Medo de que tudo que ela toque
apodreça.
Mariana Ianelli, em "Duas chagas". São Paulo: Iluminuras, 2001
A HORA
Nara Rúbia Ribeiro, do livro "Não Borboletarás", Editora Kelps, 2013
Acalanto
Narlan Matos, em "Senhoras e senhores: o amanhecer!" (1997)
A arte como respiro
Ainda não é possível calcular com precisão todos os impactos causados pela pandemia no mundo das artes, mas podemos afirmar que toda a cadeia produtiva foi duramente afetada, desde os artistas até os profissionais de apoio operacional, técnico e de gerenciamento e difusão.
Segundo André Luiz Pereira, profissional especializado em 'marketing' cultural há mais de 10 anos, a pandemia fez com que ele buscasse outras oportunidades, já que sua principal função, era até então, a de divulgador de eventos culturais.
A alternativa encontrada por André foi a criação de conteúdo para a área de comunicação, ministrando 'workshop' para jovens recém-formados em cursos de graduação. André buscou outros caminhos, mas ele é uma exceção, com a crise intensificada muitas agencias fecharam e os autônomos buscaram recolocação no mercado de trabalho.
Sem dúvida, os mais prejudicados foram os profissionais de apoio, com pouca ou nenhuma especialização, como, por exemplo: os carregadores de cargas de sonorização e iluminação, montagem de estruturas metálicas para grandes concertos, fechamentos, construção de tendas, etc, para esses trabalhadores existiram pouquíssimas alternativas.
Os artistas puderam participar de projetos, com cachês viabilizados por editais públicos e privados ou através de financiamentos coletivos, entregando as famosas "lives". Entretanto, as equipes técnicas que acompanham artistas também foram fortemente afetadas.
Sem dúvida, a maioria de nós só conseguiu manter a sanidade mental graças às centenas de projetos artísticos produzidos, nunca na história, a arte foi tão necessária.
A jornalista Yasmin Abdallah fez uma referência interessante sobre a necessidade de cuidarmos da mente - matéria veiculada no site da SP-ARTE.
"Além da preocupação em manter a integridade física - individual e comunitária -, outra questão surge em tempos de pandemia mundial: como garantir uma mente sã durante a quarentena? A livre expressão dos sentimentos e do inconsciente por meio das práticas artísticas e corporais pode fazer parte da solução.
Pelo menos foi o que descobriu a psiquiatra e terapeuta Nise da Silveira em meados dos anos 1940. Única mulher em sua turma de medicina na Faculdade da Bahia, a alagoana foi precursora no uso de atividades artísticas e musicais como método de tratamento psiquiátrico.
Yasmin relembrou as técnicas cruéis utilizadas em pacientes com distúrbios mentais sérios como esquizofrenia, como: eletrochoques e cirurgias cerebrais.
Ao começar a trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II (atual Instituto Municipal Nise da Silveira), a médica recusou-se a aplicar tratamentos desse tipo e, foi transferida para um setor até então sem prestígio dentro do hospital: o da terapia ocupacional.
Seu trabalho envolvendo práticas artísticas revolucionou a área e, em 1946, Nise fundou oficialmente a Seção de Terapêutica Ocupacional, no Engenho de Dentro.
A arte salva, cura e traz benefícios incalculáveis, precisamos todos, como cidadãos, defender as políticas públicas e um olhar mais atento e generoso para a área que se mostrou essencial nestes quase dois anos de incertezas.